10/09/12

Bucareste

Parlamento de Bucareste
 Bucareste, capital e maior cidade da Roménia, é uma cidade com cerca de 2 milhões de habitantes, embora a área metropolitana ultrapasse esse número.

 É sem dúvida uma cidade à qual é impossível ficar-se indiferente, sendo no entanto, o sentimento que se nutre por ela ambivalente.

 Este foi o nosso destino final na Roménia, antes de partirmos para a Moldávia. Chegamos a meio da tarde, de comboio, vindos de Brasov. No Intercidades, pagamos 57 Lei, cerca de 12 euros. Se reservarem o bilhete antes, há sempre um desconto na Roménia. Podem ver horários e inclusivé comprar os bilhetes antecipadamente neste site.

 O comboio, contrariamente aos Regionais e Inter-Regionais, era moderno. Fica aqui a comparação deste com o Regional que apanhamos de Sighisoara para Brasov:

Regional
Inter-Cidades

 Parecido, não é? 
 Já agora, a Roménia tem umas das maiores (e eventualmente piores) redes ferroviárias da Europa, o que torna possível viajar para praticamente todo o lado por este meio de transporte, desde que tenhas muito tempo - mesmo com comboios modernos, muitas vezes são muiiiiiito lentas, provavelmente pelas condições da bitola, a precisar de uma modernização.

 Por muito estúpido que possa parecer, vou começar o meu relato por um restaurante, provavelmente o melhor do Mundo na relação qualidade/preço: Caru cu Bere

Tecto e parte do piso superior (foto retirada do site do restaurante)
 Contrariamente ao que o aspecto possa indiciar, este restaurante, que nos foi recomendado pelo dono do primeiro alojamento (já lá vamos a essa parte...), é muito barato, até mesmo para os próprios romenos, diria eu. Para terem uma ideia, ao almoço têm menus com sopa, salada, prato e sobremesa, tudo isto por cerca de 4 euros. A comida era deliciosa, o serviço magnífico e na primeira vez em que lá fomos tivemos ainda direito a música clássica ao vivo: 2 violinos magistrais e um pianista exímio!!! Escusado será dizer, que o edifício correspondente é considerado Monumento Histórico.

Fachada Exterior
 O restaurante fica numa das avenidas pedonais do centro histórico de Bucareste, mais concretamente na Strada Stravopoleos. No verão, arranjar lugar na esplanada é tarefa complicada, e mesmo no interior é preciso alguma sorte. Claro que com a beleza interior do restaurante, não nos importamos um bocadinho que fosse de ficar no interior.
 Os empregados falam todos inglês perfeito ou perto disso, e embora não parem um segundo, são extremamente atentos e simpáticos. Para terem uma ideia, gostamos tanto que voltamos no mesmo dia ao jantar, desta feita, para o piso superior.

Piso inferior
Mussaka (frente) e Ragu (feijão) com Salsicha
Mais uma foto
 Bom, deixando agora a comezaina de parte, voltamos à nossa chegada a Bucareste. Tinhamos reservado um apartamento no centro, mesmo em frente ao Novotel, e à chegada dirigimo-nos para a morada indicada pela "empresa" responsável pelo mesmo. Quando lá chegamos, de autocarro, não havia uma placa, uma campainha, enfim... não havia sinal que fosse de nada! Ligamos então para o número fornecido e o senhor informou-nos que deveríamos ir ter à morada do hotel. Informou-nos também que seria impossível ir-nos buscar e que deveríamos apanhar um taxi. 

 Os taxis em Bucareste (e um pouco por toda a Roménia) são manhosos. Há taxis legais e ilegais, sendo que os primeiros muitas das vezes funcionam como os ilegais, ou seja, não ligam o taxímetro. Como tal, é melhor combinar e regatear sempre o preço antes de entrar. Apanhamos então um taxi, que nos queria levar 20 lei mas num segundo baixou para 10 lei (cerca de 2,20€). 
 À chegada, fomos então para o "Superior Studio" que tínhamos alugado. O problema, é que este de Superior, não tinha nada. Não era o que tínhamos visto nas fotos, mas sim um outro mais barato, estava sujo, o ar condicionado quando ligado não refrescava mas fazia tanto barulho como um tractor, a kitchenette era um lavatório de casa de banho rodeado de pequenos aparelhos eléctricos velhos e com aspecto de quem ia explodir assim que fossem ligados. A internet Wireless, era lenta, lenta, lenta.
 Lá nos conformamos, ao menos era no centro e era barato (11€/pessoa). Já agora, o nome da empresa é Apartment Bara e não recomendamos de todo.

Entrada do apartamento (era bem mais escura do que parece)
 Banho tomado, vestimo-nos e saímos da espelunca. O George (senhor do alojamento) indicou-nos o caminho para as ruas pedonais, onde se encontravam a maioria dos restaurantes e bares da cidade. O problema, é que este trocou a direita com a esquerda e fomos no sentido contrário. Acabou por ser não ser mau visto que passamos logo por uma das praças principais da cidade, a Praça da Revolução, onde ainda assistimos a um teatro de rua.

Teatro na rua
Calea Victorei
Igreja Krestzulescu
Praça da Revolução
Praça da Revolução
Monumento à Revolução
 Uma das características mais marcantes de Bucareste é o enorme contraste entre edifícios históricos, edifícios da era comunista e edifícios modernos, patente na seguinte foto. O trânsito em Bucareste é frenético e caótico, sem grande respeito (para não dizer nenhum) pelos peões. Buzinões a toda a hora. Há muito cimento e alcatrão, pelo que a cidade é muito, muito quente no verão.

Contraste entre edifícios históricos e contemporâneos.
Ópera
 Continuamos a andar, ainda sem nos termos apercebido do erro em que tínhamos sido induzidos. Apercebemos de imediato de um outro tipo de "turismo", talvez o mais rentável e conhecido, em Bucareste:

Raissa (esta é pro Mário:p)
 Seguimos até chegarmos à Praça da Vitória, grande e imponente mas toda ela coberta de cimento e alcatrão, onde finalmente percebemos que algo estava muito errado.

Parte da Praça da Vitória, foto muito má mas fome já era superior a tudo:p
Voltamos então para trás e quando finalmente encontramos as ditas ruas pedonais, ficamos encantados com as mesmas! Ruas repletas de gente, diversidade e restaurantes e bares porta sim, porta sim. Sem grande demora, decidimos jantar num restaurante libanês para variar um bocadinho (afinal de contas andávamos há já uma semana e tal a comer comida romena). Este estava à pinha, maioritariamente muçulmanos, pelo que decidimos sentar. A comida era fantástica e acessível, cerca de 12€ para duas pessoas, pelo banquete que se segue:

Restaurante Libanês
 Mas havia um prenúncio de morte no ar, ou melhor, no chão... o Paulo avistou uma primeira barata a sair de uma greta no prédio, mas como bom esposo que é não me disse nada, visto que eu tenho fobia a baratas, e tentou espezinha-la discretamente. O problema é que era uma luta desigual, pois eram mais do que as mães! Em minutos estava toda a família fora da greta a rondar a nossa mesa! Pedimos então para trocar de mesa. Ufa!!! 

 Seguimos após o jantar para os bares (há muita escolha, muita animação, divertimento não falta - os preços são um pouco mais caros do que na restante Roménia - afinal de contas, é a capital). 
 Terminamos já a noite numa pequena discoteca no centro, cujo chão era todo alcatifado: segurança e higiene sempre em primeiro lugar!!!

Strange Bar, se não estou em erro (boa ideia para reciclar paletes)...

Palácio CEC, de noite e de dia.

 Após uma noite muito mal dormida (calor, barulho, ligeiros problemas de saúde), lá nos levantamos e surge um primeiro problema com o alojamento: não havia água (gritos de desespero)! Contactamos a agência do apartamento que nos informou que esta estaria de volta lá para o final da tarde, caso contrário mudavam-nos de apartamento. Ok, aceitável.
 Saímos então novamente da espelunca e fomos almoçar ao restaurante descrito no início deste post. No fim do repasto, lá saímos quase a rebolar, onde nos deparamos com uma igreja ortodoxa, que dava o nome à rua:







Igreja Stravopoleos na noite anterior
 Seguimos então a pé para o parlamento, 2º maior edifício público do Mundo (atrás do Pentágono) e maior edifício administritativo do Mundo. Foi construído a mando de Ceausescu, ditador da era comunista que foi fuzilado juntamente com a esposa após julgamento sumário de 90 minutos, após a revolução. Para nossa desilusão, não era possível visitá-lo nessa altura, pelo que fica mais uma foto do exterior do mesmo.

Paulo nas margens do Rio Dambovita, a caminho do Parlamento
Colossal Parlamento Romeno.
  Por fim, mas não menos importante, faltava um último "problema". As nossas amigas do restaurante, as baratas, foram ao apartamento fazer-nos uma visita digna de qualquer filme de terror. Ora vejam lá: encontro-me eu a tomar banho e vejo uma sombra na cortina do chuveiro a subir! Grito estridente pela vida, como quem diz, pelo Paulo. Após uma breve inspecção pela casa, descobrimos mais umas 4 ou 5,  pequenitas - filhas de "alguém" maior.
 Foi a gota de água, reservamos um quarto no Golden Tulip Hotel, por 40 e tal euros (muito bem gastos) com a internet-caracol do apartamento, e lá fomos nós. O quarto era fantástico mas não fomos dormir sem antes ter que matar uma cigarra que havia entrado pela janela. À porta do hotel, de construção recente, vimos ainda mais alguns elementos da "família", pelo que concluímos que a cidade estará infestada de baratas. Yuckkk!!!

 Fora isto, é uma cidade que vale a pena visitar e 2 dias foram curtos, ficando certamente muita coisa por ver. A regressar quando a cidade for desinfestada.

 Baci*

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