27/06/15

Penang: George Town

Mesquita de Penang
Partimos de Kuala Lumpur em direcção à ilha de Penang de autocarro. Mais uma vez compramos o bilhete usando o mesmo site e a viagem demorou cerca de 5h. O nome da ilha (pulau Pinang) deve-se à noz de areca (também designada noz de bétel embora a noz seja de facto de areca e consumida com folhas de bétel), que em malaio se chama pinang.

É preciso alguma atenção na escolha do bilhete por causa das estações de partida e chegada.
Saem autocarros para Penang das várias estações de Kuala Lumpur sendo que para nós - e provavelmente para a maior parte dos turistas - a mais conveniente é a KL Sentral. É uma central enorme e algo confusa (tem uma parte nova e moderna e outra mais antiga, pelo que é aconselhável lá chegar com alguma antecedência. Vão precisar de algum tempo para encontrarem o balcão da companhia que vos vai levar (para validar o bilhete) e depois para encontrar o próprio cais de partida. No nosso caso a partida atrasou-se uns 20 a 30 minutos, período durante o qual ainda foram chegando alguns backpackers à corrida.
No que concerne à chegada, há autocarros que vão até George Town (capital da ilha e estado de Penang) e outros que se ficam por Butterworth, que também faz parte do pequeno estado de Penang mas que fica no lado continental. Esta faz a ligação à ilha por uma moderna ponte rodoviária bem com através de ferry. Se optarem pelo comboio, é na última que têm que sair e depois escolher uma das 2 para chegar à ilha.

Bombeiros de George Town
George Town - nome que recebeu do capitão britânico Francis Light em honra do rei George III - é uma cidade com cerca de meio milhão de habitantes e que, tal como as 2 cidades que visitamos previamente no país, tem uma little india e uma chinatown. É ainda de salientar a zona onde se localizam a maior parte dos edifícios administrativos, da era colonial britânica, bem como o forte Cornwallis. A circundar estas 3 zonas centrais da cidade, temos a parte mais moderna da cidade, com arranha-céus dominando o horizonte. É uma cidade barata para o turista, especialmente tendo em conta os preços do país em geral. É possível jantar em pequenas esplanadas de street food na rua mais turística da cidade - a lebuh chulia - por 1€ ou menos, um sumo de frutas tropicais feito na hora custa 10 a 20 cêntimos e a cerveja é relativamente mais barata do que no resto do país.

Feita a apresentação da cidade, passemos então à nossa visita a George Town. No dia da chegada ficamo-nos pela rua principal, a descansar da viagem com umas cervejas enquanto nos dedicávamos a um dos nossos passatempos preferidos, people watching.

No dia seguinte, levantamo-nos cedo e após o pequeno almoço decidimos realizar o percurso pedonal sugerido pelo guia do LP (nem tudo é mau no dito:p). Este começa no Museu Nacional de Penang, passa pela zona nobre do período colonial e depois segue para as zonas indiana, peranakanbaba-nyonya (ver Malásia) e chinesa.

O museu mostra-nos um pouco de tudo: desde da história da ilha à etnografia das principais etnias presentes na região. A visita é relativamente rápida e barata, fazendo dele um bom ponto de partida para conhecer a ilha.





Um pouco ao lado do mesmo, em estilo palladiano, temos o Supremo Tribunal de Penang:



Seguindo um pouco em direcção à costa, temos o padang - um relvado - à volta do qual se encontram vários edifícios do período colonial britânico a não perder: o forte cornwallis, a antiga câmara municipal (Town Hall) - outrora ponto de encontro da elite europeia da cidade - e a actual câmara municipal (City Hall). À data da nossa visita a última, mais recente, encontrava-se em mau estado e a ser restaurada, ao passo que a primeira já se encontrava "novinha" em folha.

Fort Cornwallis
fachada do City Hall sem andaimes 
obras no resto da fachada "em segurança" 
Câmara de Comércio Chinesa
Virando novamente em direcção ao centro da cidade, passamos pela Pinang Peranakan Mansion, actualmente um museu, que era a casa de um dos barões mercantes chineses de Penang.


Alguns metros adiante entramos na Little India, relativamente pequena mas repleta de restaurantes e comércio típicos. Embora sem atractivos monumentais, vale pelos aromas, cores e pelo inerente bulício.





Atravessada a parte indiana, chegamos a uma das partes mais antigas de George Town, onde se concentram vários pontos de interesse da mesma. É nesta zona que iremos encontrar várias obras de street art acarinhadas pelos locais e com grande afluência de turistas - com especial destaque para a rua (lebuh) Arménia, bem como vários templos chineses.















Relativamente aos templos, há-os para todos os tamanhos, feitios e correntes - pertenciam aos vários clãs - mas o grande destaque é mesmo o Khoo Kongsi: é o maior do género no país e provavelmente o mais trabalhado onde já estivemos. O seu edifício principal tem um piso inferior que funciona como um museu onde é explicado o modo de vida dos seus ocupantes.

Khoo Kongsi
Catarina cozinha...
...e os bonecos comem...
Contudo, é o segundo piso que fica na retina devido às suas colunas e tectos em madeira extremamente trabalhados, com belas lanternas de variados tamanhos a iluminar as magníficas gravuras nas suas paredes. Há vários edifícios auxiliares adjacentes ao mesmo, que ganhou tamanha importância ao ponto de no séc. XIX funcionar quase como uma aldeia autónoma: governavam-se de forma autónoma, tinham a sua própria educação e uma espécie de "segurança social". No final desse mesmo século, ardeu após atingido por um raio e os crentes chineses acreditaram que tal sucedeu por ser demasiado parecido com o palácio do imperador e que tal teria irritado os deuses. Assim, reconstruíram o mesmo mas numa escala menor.





Nas suas imediações fica o Yap Kongsi, um outro templo de um clã importante e não muito longe o Cheah Kongsi, fechado para restauro aquando da nossa visita.

Yap Kongsi
Yap Kongsi
Em George Town, na Lebuh Chulia, jantamos na rua (sentados numa esplanada de improviso) alguma da melhor comida que comemos na Malásia (comida chinesa) por menos de 1€ por pessoa. Os sumos de fruta tropical - vendidos ao lado e feitos na hora, com gelo industrial - custavam 20 cêntimos ou menos, dependendo das frutas escolhidas. Para além da comida a de rua, a cidade tem bons restaurantes e hawkers - espaços comuns onde diferentes vendedores servem os seus pratos, geralmente específicos. Para além da Wantan Mee (versão malaia dos Wonton ou Wanton Mee) que comemos na rua, não se esqueçam de provar o Char Kway Teow pois dificilmente irão encontrar melhor noutro local da Malásia.

Lebuh Chulia
Banca de sumos
Wantan Mee
Confecção do mesmo:



Ups! Se calhar pedimos comida a mais...
Por fim, em Julho/Agosto decorre o sétimo mês do calendário lunar chinês, altura em que festejam o Phor Thor ou Hungry Ghost Festival. Ao longo de todo o mês, são feitas oferendas e acendem-se enormes paus (troncos?) de incenso:




Vale a pena dar uma olhada e à noite a festa é rija (mas acaba bastante cedo)!
Não percam o resto da visita a esta magnífica ilha!

21/06/15

Kuala Lumpur, parte II


O segundo dia em KL foi dedicado à visita das famosas Batu Caves, que ficam localizadas no distrito de Gombak, situando-se mais precisamente a 13 Km da cidade. A forma mais fácil de lá chegar é apanhando a linha castanha KTM-Komuter sendo a última paragem as próprias Batu Caves. A viagem tem a duração de cerca de uma hora.

As Batu Caves tem origem em formações calcárias que deram origem a várias cavernas/grutas. O seu nome teve origem no curso de água existente na região - o rio Batu. Outro facto bastante curioso é que essas formações rochosas já serviram de lar a tribos indígenas. Actualmente são um local de culto religioso para os seguidores do Hinduísmo e um dos locais de visita obrigatória para os visitantes da Malásia.



Por ser um local bastante visitado é preferível chegar logo pela manhã. E foi assim que fizemos: Logo após o pequeno-almoço dirigimo-nos para as mesmas. As Batu Caves, são compostas por 3 grutas principais e mais algumas de tamanho inferior. 


Logo à entrada do complexo existe uma imponente estátua (cerca de 43 metros) dedicada à divindade Murugan, e que dá acesso a umas das mais importantes grutas - Temple Cave. Para lá chegar é necessário percorrer 272 degraus, sendo a segunda atracção do local os macacos que se passeiam pela escadaria. O interior da gruta é belo mas bastante simples no que aos pequenos templos diz respeito.







Seguimos para a Art Gallery Cave, esta sim fazendo jus ao sentido de estética dos indianos, são às centenas as estátuas hindus que lá existem e que representam partes importantes das suas crenças.







Acabámos por almoçar um thali indiano no complexo das Batu Caves a preços bastante acessíveis e seguimos novamente em direcção a KL.


Chegados novamente à cidade dirigimo-nos para uma das zonas que sempre apreciamos nas cidades asiáticas: a chinatown. Esta é composta por várias ruas onde é possível encontrar templos taoístas e budistas mas também hindus. As principais ruas - como a Jalan Petaling - onde existe um famoso mercado de falsificações com o mesmo nome da rua.  














As ruas paralelas como a Julan Sultan eram na sua grande parte dedicadas à gastronomia. Há ainda um Wet Market que já apanhamos no final mas ainda a tempo de ver algumas coisas "curiosas":



No final do dia, mesmo quase ao cair da noite, regressámos ao hotel para dar-nos um mergulho na piscina com vista para as Petronas (ou melhor para o topo das Petrona). Realmente Kuala Lumpur foi uma cidade que surpreendeu pela positiva.

Para terminar o dia, jantamos nas imediações das Petronas num pequeno warung indiano:

Roti e caril de frango
Próximo destino: Penang!