16/07/15

Gjakova e Peja

Peja
Gjakova e Peja (ou Dakovica e Pec em Sérvio) são 2 pequenas cidades da região ocidental do Kosovo. É possível conhecer as duas num só dia uma vez que são bastante próximas uma da outra e que os principais pontos de interesse são facilmente alcançáveis a pé.

Partimos de Prizren de de manhã e começamos por Gjakova, sem saber se iríamos ter tempo para conhecer as duas cidades uma vez que Peja implicava um desvio da nossa rota até ao vale de Valbona, na Albânia, que era o nosso destino final e onde queríamos chegar com luz.

Esta é conhecida por ter um dos mais antigos e maiores bazaars do período otomano nos Balcãs. 



Em boa verdade, para além deste existem algumas mesquitas e teqja - nome dado a locais de retiro sufistas (uma das correntes do islão), que serviam também para albergar viajantes em trânsito - uma torre do relógio e algumas igrejas modernas. 


Mesquita Hadum


"Cemitério"

Teqja Sheh Emini  

Teqja Autocéfala Balcânica

Teqja da comunidade Bektashi
Hoje em dia, as teqjas são habitadas, tanto quanto nos apercebemos por famílias. Nesta última não conseguimos entrar, apesar de nos termos apercebido que havia gente lá dentro e de termos batido ao portão.

O resto da cidade é um caos de construção - grande parte dela "abortada" - sem qualquer planeamento ou enquadramento estético. 




Encontram-se ainda alguns edifícios que fazem lembrar alguns prédios da Novi Beograd:


O único vestígio do período Jugoslavo que encontramos:


Há ainda bastantes zonas verdes e alguns edifícios antigos interessantes:









De referir, que contrariamente a Prizren, Gjakova foi severamente atingida pela guerra - provavelmente, e isto sou eu a especular, sucedeu-se um esforço (desmedido?) de reconstrução que eventualmente foi abortado pela imensa crise financeira e pelo mar de corrupção em que o "novo país" se viu mergulhado entretanto. Ainda assim, há um ou outro edifício "moderno" terminado, como é exemplo esta escola de artes:


Para nossa desolação, por ser domingo o bazaar tinha praticamente todas as lojas encerradas. 
Com a visita à cidade "subitamente" encurtada (não tenho dúvidas que se o bazaar estivesse em pleno funcionamento lá passaríamos umas horas), decidimos fazer-nos novamente à estrada e almoçar em Peja. 



Peja é uma cidade diferente. Esta tem uma aparência mais "balcânica", embora parte do seu centro preserve a arquitectura otomana e um pequeno bazaar

Panorâmica da praça central



Nesta última zona, há algumas mesquitas relativamente interessantes e um pequeno labirinto de ruelas estreitas. O bazaar estava tal como o de Gjakova fechado mas ao menos aqui a maior parte das montras era visível. Provavelmente por este motivo (por ser Domingo) esta parte da cidade encontrava-se praticamente deserta e com aspecto de abandono. Já a parte mais central da cidade, junto à praça central e ao rio, tinha as esplanadas cheias (maioritariamente de homens; quer na Albânia e no Kosovo viríamos a constatar que não é muito habitual a presença de elementos do sexo feminino nas ditas). A propósito de esplandas: a principal cerveja desta zona do Kosovo - e também presença frequente nos menus albaneses - é a Peja.











Após uma circuito pedonal pela cidade, que incluiu uma visita a um parque relativamente desinteressante e abandalhado do outro lado do rio (sugestão da app Triposo), decidimos visitar um mini-mercado para nos abastecermos de víveres e dedicar o pouco tempo que nos restava a procurar Patriarcado Ortodoxo Sérvio nos arredores da cidade.




A montanhas em redor da cidade são só por si um atractivo mas o caminho ao longo do rio até ao Patriarcado é sem dúvida deslumbrante - e após o mesmo torna-se ainda mais bonito: tivemos alguma dificuldade em encontrar o mesmo e quando nos apercebemos já o tínhamos passado há algum tempo. Acontece que o dito se encontra protegido por altos muros com arame farpado no topo - tal e qual uma prisão - com indicações de se tratar de uma área restrita a militares. Não há qualquer indicação do que se encontra lá dentro e só após perguntarmos a um jovem que negociava antiguidades junto de vendedor na beira da estrada é que descobrimos o caminho. Assim, entregamos o passaporte na guarita à entrada do dito complexo e abriram-nos o portão. Entramos com o carro e estacionamos num enorme estacionamento vazio, onde apenas se encontrava mais um polícia que aproveitava o tempo para limpar o seu carro, que nos indicou a entrada numa segunda zona "muralhada" onde finalmente encontramos o templo mais bonito que visitamos no Kosovo. 


Aqui vivem monges e freiras Ortodoxos, num ambiente de total reclusão. É proibido tirar fotografias ou filmar o local mas dada a escassez de humanos - que pareciam indiferentes à nossa presença - lá conseguimos esgueirar-nos aqui e acolá:










Terminamos a visita e fizemo-nos de novo à estrada pois já se fazia tarde e não sabíamos como seria o caminho até Valbona. Para quem tiver tempo (e interesse), no caminho há ainda a pequena localidade de Decan - que não arriscamos visitar por recearmos a estrada que tínhamos pela frente - que também têm importantes monumentos Ortodoxos.

Olá Albânia!

Em breve o vídeo da nossa visita relâmpago a estas duas pequenas cidades.

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