28/09/15

Berati


O nome Berati (ou simplesmente Berat) provém de Belgrad ou Beligrad, que significa "cidade branca". Localizada nas margens do rio Osum, no centro sul da Albânia, a cidade velha é composta por 3 partes: Mangalem, no sopé da colina, com as suas ruelas estreitas por entre casas do período Otomano; Kalaja, palavra albanesa para "castelo", no topo da colina; Gorica na margem oposta do rio, com um misto de casas do período Otomano e de igrejas ortodoxas do período medieval. Na planície adjacente, encontra-se a parte nova da cidade, com uma longa avenida pedonal que se estende até à imponente universidade.

Gorica
"Nova" construção

Mangalem 


Optamos por ficar instalados em Mangalem, por se encontrar a meio caminho das outras partes da cidade e por querermos passar umas noites numa casa antiga. As opções de alojamento são muitas, principalmente nesta parte da cidade, não variando muito entre si. Muitos dos "hotéis" não são mais do que um punhado de quartos distribuídos por uma ou duas destas casas.

Apesar do declive acentuado de algumas ruas, é muito fácil conhecer toda a cidade a pé. O próprio castelo pode ser alcançado a pé ou então de carro, através de uma rota alternativa pelas traseiras da colina.


No dia da chegada, ao final da tarde, houve ainda tempo para explorar a já referida avenida pedonal, permitindo-nos localizar rapidamente a maior parte dos principais pontos de interesse a visitar no dia seguinte. Jantamos do outro lado do rio - Gorica - no restaurante Antigoni, com múltiplas esplanadas com vista para a cidade velha. Recomendadíssimo.



Após uma noite bem dormida no dos quartos do simples mas económico e bem tradicional Hava Baci, partimos à descoberta. Começamos pelo museu etnográfico, segundo alguns guias turísticos um dos melhores do país (irão encontrar praticamente um em cada cidade). É possível explorar os espaços exteriores do mesmo sem pagar bilhete, sendo este apenas necessário para quem quiser visitar o interior. Apesar de bonito, a visita é curta e sente-se a falta de algo mais do que um simples folheto explicativo.










Descemos novamente até ao centro e exploramos algumas das várias pequenas mesquitas, que se encontravam todas encerradas. A excepção foi a Xhamia Mbret - Mesquita do Rei. Ao lado, a Tekke Helvetive que encontrando-se fechada nos foi prontamente aberta por um simpático senhor, com direito a "promoção 2x1" no "bilhete". Esta encontra-se relativamente escondida num espaço de edifícios históricos mas que albergam instituições governamentais.

Xhamia Mbret 
Xhamia Mbret 
Xhamia Mbret
Tekke Helvetive
Tekke Helvetive



Para alem desta mesquita, não esquecer a Xhamia e Beqarëve no sopé do bairro de Mangalem, que mesmo encerrada é especial pelo seu enquadramento no casario. Uma outra que se destaca pela localização central, é a Xhamia e Plumbit ou Mesquita de Chumbo.



Ainda no parte "baixa" da cidade, um outro "marco" que é impossível de escapar é a nova catedral ortodoxa. Do outro lado do rio, em Gorica, há alguns templos ortodoxos do período medieval. Alguns deles foram entretanto convertidos em mosteiros, outros encontram-se em ruínas.



A delimitar o centro da cidade, a imponente universidade de Berati:


Deslocamo-nos então no nosso veículo até ao Kalaja, repleto de casas e negócios, pequenas igrejas e ruínas de mesquitas. Além disso, este alberga o Museu Onufri, pequeno mas precioso. Começamos a visita por este último, interrompendo a mesma para almoço durante as horas de maior calor, no restaurante do hotel Klea, onde chegamos a ter reserva.


De seguida, exploramos as muralhas do castelo, em busca do que resta das suas duas mesquitas - a vermelha e a branca - bem como da Igreja da Santíssima Trindade. Encontramos o Sr. "Kosta", um simpático e prestável velhinho albanês de ascendência grega, que apoiado na sua canadiana se ofereceu para nos guiar pelos templos enquanto nos ia falando da opressão do período comunista, em que muitos dos templos foram encerrados, emparedados ou mesmo destruídos. Berati foi particularmente atingida pela onda "ateísta" de Enver Hoxa.





Igreja da Santíssima Trindade

Igreja da Santíssima Trindade
Ruínas da Mesquita Branca
Interior de pequeno templo Ortodoxo acessível pela janela
Deixamos para o final da tarde a visita ao principal miradouro do castelo, com vistas sobre a cidade e arredores, assim como para a pequena e remota igreja ortodoxa de São Miguel, que fica encravada nas rochas a maio da encosta.

Igreja de São Miguel, vista da cidade
Gorica
Parte "nova" da cidade 
Ponte Gorica
Por fim, mas não menos importante, as pontes que ligam Mangalem a Gorica: a antiga ponte de pedra Gorica e a nova ponte pedestre suspensa.

Em suma, Berati é uma das mais antigas cidades albanesas - embora os registos mais antigos da mesma datem do século 6, estima-se que a mesma já existisse desde 300 a 200 AC - e certamente uma das mais belas. Sendo uma das mais turísticas país, não é ainda - tal como a maior parte do país - alvo de um turismo de massas, mantendo o seu carácter e a sua autenticidade. 






25/09/15

São Miguel, parte 1 - Vídeo

Em Maio passado "visitamos" uma vez mais a verdejante ilha de São Miguel. Aproveitamos para filmar alguns dos pontos altos da ilha enquanto planeávamos os percursos para os tours do nosso novo projecto, a Make My Tour. Assim, decidimos agrupar algum do material em 3 vídeos, sendo este o primeiro deles - filmado no percurso do "Tour das Lagoas", poderá ver o  roteiro completo aqui.

Apesar de o tempo não ter estado muito favorável em alguns dos locais, dá para ter uma ideia da beleza de alguns dos sítios por que passamos, nomeadamente a Lagoa das Sete Cidades, a Ponta da Ferraria, a Caldeira Velha e a imponente Lagoa do Fogo, infelizmente a mais "prejudicada" pelo clima instável nesse dia. Estes vídeos foram também os penúltimos (os da Albânia e Kosovo foram os último) filmados sem ecrá LCD na câmara. Fica o vídeo:





21/09/15

Bali: Ubud (parte III)


Começamos o dia com a visita ao Pura Taman Ayun, complexo de templos hindus do reino Mengwi a cerca de 8km de Ubud. Este data do ano 1634. Este é rodeado por canais de água e a entrada é feita por uma pequena ponte. No entanto, à data da nossa visita parte dos canais encontravam-se em restauro e como tal sem água.

Ainda assim, valeu a pena visitar o mesmo pois tal como o nome indica, tem "belos jardins". É ainda um templo menos turístico que os restantes, o que transmite outra paz.




Oferendas aos Deuses 
Vegetais bem picantes
Ayam Satay ou espetadas de galinha, com molho de amendoim a acompanhar.
A "suspeita" do costume de fundo.

Após o almoço, seguimos caminho até à região de Bedugul, mais concretamente ao lago Beratan onde se situa um dos templos mais conhecidos da ilha, o Pura Ulun Danu Beratan. Apesar de muito fotogénico, é consideravelmente mais turístico que o anterior. Há um grande parque de estacionamento - para carros e autocarros - rodeado de enumeras lojas de souvenirs e de conveniência. Paga-se um bilhete à entrada que permite visitar o complexo, havendo alguns negócios "oportunistas" no interior do mesmo, nomeadamente com animais exóticos.

Não é possível entrar no templo propriamente dito, embora seja viável ir até à entrada do mesmo quando as águas o permitem. Tendo em conta a elevação do mesmo e os vários lagos na região, o clima é mais ameno e nubloso nesta parte da ilha.





Por fim, visitamos os arrozais de Tegalalang - já descritos no post anterior - e regressamos ao nosso hotel, a Villa Kalisat, que também já abordei no post anterior. Fica apenas uma foto da fachada da pequena "comunidade" local na sua entrada, bem como outra da rua do mesmo.



Baci*