03/06/16

Ava (Inwa)


No dia que visitamos Sagaing e Amarapura, fizemos ainda uma visita a Inwa, antiga Ava, que fora capital de vários reinos e que chegou a governar praticamente toda a actual Myanmar. O nosso taxista alertou-nos que iriamos encontrar "ancient times", palavras que em Myanmar têm um peso próprio. Este levou-nos até uma banca na margem do rio onde pagamos o bilhete para o barco que nos haveria de levar a até esta pérola esquecida por entre lama e vegetação.



Nesta região praticamente não há meios motorizados de transporte pelo que à chegada os turistas são acolhidos por pequenas carroças puxadas a cavalo. O preço é igualmente estabelecido para todos o que torna difícil regatear o mesmo, até porque geralmente o barco sai quando está cheio e como tal, praticamente todas as carroças são necessárias.



Iniciamos o nosso trajecto por caminhos enlameados chegando por fim a uma aslfatada. Pelo caminho foi-nos possível observar o modo de vida dos locais, essencialmente agricultura de subsistência com animais, principalmente vacas e porcos, nas bermas do caminho (as vacas presas com cordas). Paramos então no primeiro tempo, talvez o mais pequeno dos que visitamos, os Yadana Hsimi Paya. Este é composto por algumas estupas e um templo maior, em ruínas e tomado pela vegetação, onde se encontra uma bela estátua de Buda que aparenta já ter sido branca, antes do terramoto de 1839 que levou ao abandono da capital. A entrada é gratuita e a visita demora 20 a 30 minutos, com tempo para fotos.











Prosseguimos então para um dos pontos de interesse com entrada paga (e verificada) em Ava, o Bagaya Kyaung. Este é um antigo mosteiro budista construído em teca. Apesar de se encontrar razoavelmente bem preservado, o seu interior é relativamente pobre e especialmente escuro. É contudo um local tranquilo, onde poucos turistas entram ficando-se apenas pelo exterior. Para entrar é necessário o bilhete geral de Mandalay (onde só é necessário para visitar o Palácio Real).





Seguimos por uma zona diferente, composta praticamente por campos, vegetação densa e algumas estupas perdidas, outras em construção. Visitamos mais um agrupamento de estupas já em tijolo, este maior que o primeiro e ainda com alguns vestígios das camadas que o tempo levou.




E vimos várias recém construídas ou mesmo em construção:


Fizemos uma paragem para visitar a torre de Ava, que se encontra também ela em ruínas desde o terramoto e com alguns "remendos" que tentam impedir o seu desabamento. Por este motivo, não é possível subir à mesma.



Chegamos a nossa última paragem, o imponente Me Nu Ok Kyaung. Este antigo mosteiro de construção mais recente (1822), foi também danificado no já referido terramoto mas foi posteriormente reabilitado em 1873, encontrando-se em bom estado de conservação. É composto por 3 andares, sendo possível visitar os 2 inferiores. Este é o outro local onde vão precisar do bilhete de Mandalay, pelo que contrariamente ao que sugerem alguns guias de viagem, sugiro que o comprem pois irão perder este belíssimo mosteiro bem como o interessante Palácio Real em Mandalay.





Ainda nas redondezas deste, encontram-se várias estupas e o Lawka Tharahpu Paya e algumas vistas interessantes sobre Sagaing atrás da ponte Ava, escondida do outro lado do rio.



Cumprida a visita, regressamos ao local onde tínhamos começado e regressamos até à outra margem de barco. Descobrimos nessa altura que três dos passageiros do barco não quiseram pagar a carroça e tentaram descobrir o local a pé. Resultado: só conheceram um templo e a torre, tendo feito mais de metade do caminho descalços pela lama onde já tinham deixado os chinelos. À chegada ao barco, tinham lama até aos joelhos.

Adeus Ava!


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