15/12/16

Ulan Ude



A nossa próxima paragem no Trans-Mongoliano foi Ulan -Ude, uma verdadeira cidade de contrastes e com uma cultura bastante diferente da Rússia em geral. Ulan Ude foi fundada pelos cossacos com o intuito de cobrarem impostos aos Buriates, um povo mongol que deixou marcas até aos dias de hoje na cultura  da cidade.

Assim sendo é possível encontrar igrejas ortodoxas, templos budistas e a presença de vários rituais xamânicos espalhados por vários locais da cidade. Ao andar pelas ruas nota-se já uma grande diversidade de rostos, sendo já muito presentes os traços asiáticos em boa parte da população. Caso ainda fossem necessários mais motivos para visitar a cidade, o grandioso Baikal pode também ser visitado a partir daqui sendo que as melhores praias são precisamente nesta margem do lago. A cidade encontra-se também envolta de algum secretismo pois esteve fechada para o turismo até 1934 devido a planos militares secretos e segundo o guia do Lonely Planet, até aos dias de hoje existem “espaços em branco” no mapa da cidade.

Na nossa opinião é possível visitar a cidade num dia completo. Nós fizemos a cénica viagem de comboio de Irkutsk para Ulan Ude durante o dia (+/- 8 horas) chegando de noite à cidade. Ficamos um total de duas noites. Para quem desejar visitar o lago Baikal ou a aldeia dos "Antigos Crentes", deverá acrescentar mais dias. 





A cidade é facilmente visitável a pé e é dividida em duas secções: a parte alta e a parte baixa. A parte alta é dedicada à época do comunismo sendo a praça de Svetov e o busto de Lenin, o maior do mundo, umas das maiores atracções da zona. Visitando esta zona o percurso mais intuitivo leva-nos a descer a Rua Lenina, onde chegamos à parte baixa da cidade. Aí podemos encontrar a Catedral de Odigitria que fica situada mesmo junto à central de autocarros. 











Estando nessa zona da cidade é de aproveitar e apanhar o autocarro para o templo budista de Ivolginsky que fica a 23 km da cidade. Basta apanhar o autocarro 130 na estação de autocarros (45 rublos) e sair na última paragem. No mesmo local existe uma van com a inscrição “Datsan” (que significa templo) que nos leva directamente até lá (25 rublos).





O Ivolginsky  é formado por um complexo de templos, uma escola de budismo, um museu e algumas moradias para os lamas, existem também alguns gers (tenda tipicamente mongol). É também aqui que se encontra preservado o corpo do lama que morreu na posição de Lótus. Recentemente existiu uma “polémica” em que alegavam que as cameras do templo captaram movimentos do Lama alegando que o mesmo esteja vivo. Contudo, o templo permanece fechado a maior parte do ano abrindo apenas em ocasiões especiais. Aquando da nossa visita estava a ocorrer uma festa para crianças onde muitas vestiam trajes típicos no edifício do museu.






Regressando à cidade é hora de apanhar novamente um autocarro, desta feita o muito frequente 97 (20 rublos), para o templo Rinpoche Bagsha. Durante a viagem passamos pelas colinas  da cidade onde existem pequenas casas de madeira que com neve tornavam toda a envolvência bastante pitoresca.



Este templo possui uma vista bastante boa sobre cidade mas que durante a nossa visita  encontrava-se nublado. No entanto conseguimos ouvir um dos cânticos mais belos feitos no interior do templo. Do lado esquerdo de quem entra encontra-se algumas bandeiras inerentes ao Budismo Tibetano aí praticado. A capital da Buriácia é sem dúvida merecedora de uma paragem.



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