28/02/18

Bohol


O calor e a humidade continuavam imensos, mas o céu a pouco e pouco ia sendo tomado por umas densas nuvens. Inocentemente pensamos que uma chuvada tropical viria a caminho e que rapidamente desapareceria. Era o dia de deixar Oslob e partir rumo a Bohol, mais propriamente com desembarque previsto na praia de Panglao. Estando em Oslob as opções mais comuns de realizar este trajecto é indo de autocarro ou táxi até à cidade de Cebu e de lá apanhar um ferry. Como não nos apetecia voltar a fazer a viagem de autocarro perguntamos no hotel se existiria a possibilidade de fazer a ligação Oslob-Panglao de forma directa, e como em quase tudo na Ásia, estando disposto a pagar um pouco mais, tudo é possível.  Pela hora de almoço um tuk-tuk veio-nos buscar e levou-nos para uma pequena praia onde nos aguardava um pequeno barco e uma tripulação de  um adulto e duas crianças. Para além de nós estavam também duas amigas inglesas, três chineses e um grupo de seis amigos indianos, prontos para se fazerem ao mar tal como nós. O céu continuava cada vez mais escuro e algo dentro de mim pensou que talvez teria sido melhor apanhar o ferry em Cebu.

O início da viagem, que teria a duração de duas horas, foi bastante calmo e com um capitão bastante precavido que ia a uma velocidade baixa e que por  muitas vezes desligava o motor quando vinha uma onda. E elas eram cada vez mais e maiores. Seguimos com o coração apertado e já pouca gente falava no barco, os coletes salva-vidas que tinham sido ignorados por todos começaram a ser colocados e já andávamos mais com o motor desligado do que ligado, e eis que ela aparece: A chuvada tropical. Rapidamente ficamos ainda mais encharcados e sem conseguir ver um palmo à frente. Foi deveras assustador estar parado num barco, no meio do mar, lançados à nossa sorte. Devemos ter aguardado cerca de meia hora, mas para nós pareceu uma eternidade. Quase três horas depois chegamos ao nosso destino, não sem antes ter que vir com as mochilas à cabeça (molhando parte da roupa) porque o barco não conseguia atracar na praia.

O nosso grande objectivo de momento era ir tomar uma grande banho de água quentinha e sair posteriormente para comer. Era bom, não era? Mas não era isso que estava destinado para nós. Ao chegar ao hostel ficamos a saber que devido à tempestade a ilha estava sem luz e alguns pontos sem água, um deles era o nosso hostel. Fomos afogar as mágoas numa espécie de bar que ficava por debaixo do nosso quarto e que nos impediu TODAS as noites de ter um sono tranquilo devido ao barulho.  Apesar de tudo não poderíamos deixar de apreciar a beleza da ilha desde o momento da nossa chegada.



No dia seguinte já sem nuvens no céu fomos explorar algumas das praias de Bohol e aproveitamos para caminhar de umas praias para outras e ir conhecendo um pouco da ilha. Começamos o dia na fomosa praia de Alona que é um extenso areal já com vários hotéis e restaurantes, seguimos para a praia de Dumaluan igualmente bela. Aproveitamos para almoçar junto à praia aquele que viria a ser o prato de eleição das Filipinas: Lula grelhada!



Da parte da tarde fomos visitar a praia de Momo e demos mais um mergulhos e regressamos mais tarde ao hostel para ir fazer um tour que havíamos contratado na rua para ir ver "fireflies", ou seja pirilampos luminescentes. Uma carrinha de 9 lugares levou-nos até ao rio em que iríamos fazer o passeio, e fomos num barco a motor ver o maravilhoso espetáculo. Optámos por barco a motor por ser uma opção bem mais económica mas existia a opção de ir de Kayak (pagamos 500 pesos em vez de mais de 1000 pela última opção).


Um novo dia a nascer e quase uma ilha toda por descobrir, acordamos cedo, alugamos uma moto e partimos já com direcção marcada para ver o mais pequeno primata do mundo: o Társio.



Existem vários pontos na ilha onde é possível visitar este animal, mas tenham em atenção em escolher um local não privado e com a garantia que os animais são respeitados e bem tratados. Nós visitamos o "Santuário dos Tarsius", pois é um projecto de conservação deste animais que ali vivem e reproduzem-se.  O ideal é fazer esta visita logo pela manhã, pois aumentam as probabilidades de conseguir ver estes pequenos animais.




Ameaçados de extinção, os Tarsius, são bichos peculiares: carnívoros, noctívagos, solitários e territoriais, precisando de um hectare só para si, chegam a cometer o suicídio quando expostos a a estímulos como ruído ou luz forte. Por isso estão sempre bem escondidos por entre a vegetação.

Após a nossa visita ao santuário seguimos viagem em direcção a Loboc, com o objectivo de fazer um passeio de barco no rio que apresenta uma densa vegetação  nas suas margens.
Este passeio é muito popular entre turistas e locais, e como fizemos num Domingo havia imensos Filipinos a bordo. As paisagens que vamos vendo ao longo de uma hora são realmente belas. É também servido um almoço acompanhado de animação a bordo. Foi o ponto alto de Bohol.









Ao início da tarde era hora de retomar novamente o caminho, e fomos a serpentear por uma bela paisagem, em direcção às "Chocolate Hills" ou colinas de chocolate. Devem o seu nome devido à forma que o terreno toma e a coloração que ficam no Outono. Estas colinas estendem-se por cerca de 50 quilómetros quadrados e o melhor ponto para vislumbrar toda a sua extensão é de um miradouro  que está muito bem sinalizado para quem vem por sua conta.




O caminho de regresso foi longo e atravessamos a capital já de noite e fomos jantar novamente à praia. Após um breve passeio na praia fomos descansar que no dia seguinte teríamos dois ferrys para apanhar para chegar ao paraíso chamado ilhas Camotes.










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