30/03/15

Onde um dia quero ir...#5

Quénia

Situado na costa oriental de África, o Quénia, é um país de abundante vida selvagem e excepcionais paisagens. Contempla ainda uma vasta extensão parques nacionais, reservas e outros parques privados. O país está dividido de norte a sul pelo Grande Vale do Rift. Outro tesouro do país são os seus grupos étnicos e as suas tribos sendo algumas das mais conhecidas: Masai (Maasai), Embu, Turkana entre outras.

Contudo, a maioria dos visitantes do Quénia procuram a libertadora sensação de realizar um safari. O objectivo é unânime: avistar os Big Five - o leão, búfalo, elefante, rinoceronte e o leopardo. Os safaris podem ser realizados durante todo o ano embora a melhor altura para ver a fauna seja de Julho a Setembro. Outras atrações populares são: a migração de gnus (Julho- Outubro), a observação da chegada (Out - Nob) e a partida (Mar - Abr) de aves migratórias e claro observar antílopes.

A escolha do itinerário irá depender acima de tudo de dois factores: tempo disponível para viajar e dinheiro para gastar. A forma como as deslocações são feitas (jipe ou avioneta), tour particular ou em grupo, e a distância que se pretende percorrer irão influenciar brutalmente os custos da viagem. E claro os "luxos" que se desejam ter em plena savana africana...há de tudo um pouco hotéis de topo, safaris de balão e barco, expedições nocturnas ou seja, de tudo mesmo.

Sítios a não perder:

Nairóbi

A capital do Quénia é infelizmente uma das cidades de África com os mais altos níveis de criminalidade. Contudo, serve de início da viagem para muitos exploradores.

Existem ligações aéreas diárias entre Nairóbi e os parques Maasai Mara (40 min de viagem)  e Amboseli (30 min de viagem). O caminho também pode ser feito por terra. Outra curiosidade é que Nairóbi é uma das poucas cidades do mundo a ter um parque nacional de vida selvagem nos seus limites - O Nairobi National Park.

Este parque é muitas vezes usado como imagem de marca na divulgação do país pois, os animais desfilam quase em frente ao betão de Nairóbi.



Masai Mara

É o mais emblemático e visitado parque do Quénia. As estrelas da companhia são os "Big 5" onde é quase garantido avistá-los. É também o local onde se pode apreciar uma enorme diversidade de espécies selvagens como por exemplo hienas, otócions e chacais-de-dorso-negro, etc. Um dos eventos de vida selvagem mais desejados para assistir é a famosa migração de Gnus que cruza o rio Mara vinda das planícies da Tanzânia. O vale do Rift é considerado o berço da humanidade e apresenta um cenário vulcânico extremamente belo. E para quem puder/quiser pode também desfrutar de toda esta beleza de uma forma mais extravagante - num safari de Balão.













Lake Nakaru National 

Outra atracção é o Lake Nakaru onde é possível avistar milhares de flamingos, pelicanos e rinocerontes. A fronteira mais oriental do parque fica a a cerca de 220 Km de Nairóbi, sendo esta zona muito visitada por turistas. Vindo de Nairói e tendo como destino o Masai Mara torna-se muito fácil e e prático visitar esta zona.


Tsavo West National Park 

É o maior dos parques nacionais do Quénia mas, poderá focar a sua atenção nas paisagens vulcânicas do rio Tsavo.



Monte Kenya

É o segundo ponto mais alto de África e o mais alto do Quénia. É também o monte que dá nome ao país. O parque Nacional do Monte Quénia encontra-se classificado pela Unesco como Património Mundial.
































Sand Island

Esta ilha fica localizada no sul de Mombasa. As águas quentes do Índico juntamente com a baixa massificação ao turismo tornam esta ilha paradisíaca.

































Baci*





25/03/15

Ilhas Cíes



A uns escassos 150km do Porto, cerca de 1h30 de viagem de carro, podemos alcançar a ilhas Cíes na Galiza, consideradas em 2007 pelo jornal britânico "The Guardian" como as detentoras das praias mais bonitas do mundo. 

Após várias idas repetidamente adiadas, em 2014 lá conseguimos manter os planos até final e fomos de carro até Vigo para passar um fim de semana nas mesmas. Saímos do Porto numa sexta-feira à tarde e jantamos e dormimos em Vigo, com saída de manhã cedo para as ilhas. A viagem de ferry, a partir de Vigo, dura cerca de 45 minutos. É ainda possível partir de Cangas e de Baiona.

Ilhas Cíes vistas do ferry
Parque Natural desde 1980 e parte do Parque Nacional Marítimo-Terrestre das Ilhas Atlânticas - que incluí as Cies, Ons, Salvaterra e Cortegada - desde 2002, são sem dúvida um exemplo de conservação ambiental. A única opção de alojamento na ilha é o parque de campismo, que tem 2 pequenos restaurantes, um mini-mini-mercado e um café que também serve refeições ligeiras ao almoço, junto ao cais. Fora isto, a ilha tem um punhado de habitações (uma ou 2 que são passíveis de serem alugadas para férias) e belíssimas praias de água azul-ciano, bem cristalina:





As ilhas Norte (Monteagudo) e "do Medio" ou "de Abaixo" (Montefaro) encontram-se unidas pela principal (e melhor) praia das ilhas, formando uma pequena lagoa artificial de água salgada entre elas. 



A ilha Sul (San Martiño) está efectivamente separada destas duas e penso que só é acessível através de embarcações privadas. 

Ilha Sul, vista de um trilho pedestre da Ilha do Medio
As melhores praias encontram-se na costa leste e sul da ilha, onde há de facto areia fina branca e por se encontrar mais protegida do Oceano. Nesta zona da ilha, encontram a praia de Nosa Señora, mais rochosa do que as praias das Rodas e a dos Bólos mas mais recatada e onde a água é mais cristalina:

Praia de Nosa Señora, maré alta
Vista da praia
Há vários trilhos trilhos pedestres por toda a ilha. Num fim se semana não ambicionamos explorar tudo, até porque queríamos acima de tudo relaxar na praia. Assim, focamos a nossa curta caminhada no extremo sul da ilha do Medio, onde há 2 faróis (um num ponto mais elevado, outro mais próximo do mar) e onde as gaivotas vivem em liberdade total e se reproduzem:

Trilho "principal" e parte da ilha Sul
Os 2 faróis da ponta sul da ilha do Medio
Mãe e filha contemplando o mar
Monte del Faro
Vista para o Atlântico 
Vista para o abismo
Ninho com 2 ovos de gaivotas
Pequena gaivota
Em suma, foi um fim de semana muito bem passado e que nos deixou com imensa vontade de regressar, não só às Cies mas também às restantes ilhas do parque (as Ons e Salvaterra também têm parque de campismo). Se tiverem oportunidade de lá ir, não hesitem pois embora não sejam, na nossa opinião, as mais bonitas do mundo, foram até hoje das praias mais bonitas e certamente as melhor conservadas que encontramos na Europa.

PS: levem guarda-sol pois o único abrigo que irão encontrar são os restaurantes/cafés  

18/03/15

Merzouga (Deserto do Saara)



Tuaregue e Beduíno conversam no cimo de uma duna
Merzouga é um dos dois principais pontos de acesso ao Deserto do Saara em Marrocos. É um pequeno povoado que serve de base de partida para as dunas de Erg Chebbi. As cidades mais próximas são Erfoud e Rissani.

O povoado em si não tem muito interesse. Tem algumas opções de alojamento mas a maior parte estão dispersas em redor do mesmo, algumas já com um pé nas dunas. 

Nós fizemos a longa viagem das Gorges du Todra até Merzouga e chegamos ao anoitecer. Com o aproximar do deserto não só a paisagem mas também o aspecto dos povoados vão mudando. A influência árabe torna-se cada vez mais presente e entramos em terras de Tuaregues e Beduínos. No dia seguinte, a paisagem curiosa mas quase "extra-terrestre" que nos rodeava era a seguinte:





Nós fizemos a longa viagem das Gorges du Todra até Merzouga e chegamos ao anoitecer. Com o aproximar do deserto não só a paisagem mas também o aspecto dos povoados vão mudando. A influência árabe torna-se cada vez mais presente e entramos em terras de Tuaregues e Beduínos.

Além da quase obrigatória dormida no deserto, a região oferece múltiplas possibilidades ao visitante. Desde "safaris" 4x4 nas dunas com paragens em pequenos vilarejos - habitados e abandonados - a actividades mais radicais como sandboard ou o aluguer de motas de enduro. 



O nosso safari nas dunas durou um dia inteiro e incluiu ainda um "encontro" (que nos pareceu programado) com nómadas, uma visita a alguns vilarejos (com direito a actuação dos "artistas locais"), a uma mina de quarto abandonada na fronteira com a Argélia e uma paragem para observação (e recolha) de fósseis. 

Tenda dos nómadas 
"Habitação" dos nómadas, quem encontrar o telemóvel dos nómadas na foto ganha um chocolate:p

Interior "simples" da mesma

"Entrada" 
Chá com a matriarca e com o nosso guia Ali

Sim, para além de camelos e cabras, parece que também há gatos no deserto! 
Uma breve paragem para observar alguns fósseis
Idem

Músicos Gnawa, num dos vilarejos "perdidos"
Nós ficamos no Hotel Nomad Palace e a experiência foi muito positiva. Os quartos eram amplos, bem decorados, limpos e baratos. Tinha uma piscina razoável e as traseiras do mesmo davam directamente para as dunas. Foi daí que partimos de camelo para uma inesquecível noite passada num acampamento no deserto. Aí as condições embora humildes, eram satisfatórias não havendo no entanto a possibilidade de tomar um banho (nós só lá passamos uma noite, para quem passar mais deve ser complicado).

Pequeno vilarejo abandonado ou "Aldeia Fantasma" como lhe chamam os locais
Mina de quartzo rudimentar abandonada
Foto tirada à "socapa" a um feneco explorado como atracção turística; não contribuí com um cêntimo que fosse de forma a não perpetuar a exploração, do feneco e do miúdo.





Por fim, um conselho: protejam bem a vossa máquina fotográfica. Embora imperceptível durante a maior parte do tempo, há sempre minúsculas partículas de areia em suspensão (que se vêm melhor à noite tirando fotos com flash). Estas podem danificar a vossa máquina, especialmente se tiver uma objectiva retráctil como a digital compacta da Sony que usava na altura. A mim aguentou um dia e avariou (areia que se foi "entranhando" no sistema de abertura da objectiva). Felizmente a reparação, já em Portugal, foi simples e barata e hoje em dia ainda é a nossa máquina suplente (bem como para mergulho).


11/03/15

Gỏi cuốn - "spring rolls" frescos vietnamitas


A receita de hoje é um dos pratos mais apreciados no Vietname quer por locais quer por estrangeiros. A receita é bastante fácil de fazer tendo apenas uma etapa mais morosa - enrolar o papel de arroz. Contudo não deixa de ser bastante fácil de fazer e muito saudável, com baixo teor de gorduras e HC. É ideal para o convívio, basta levar todos ingredientes para a mesa e cada um ir fazendo os seus rolinhos. Dois a três rolos servem de refeição para uma pessoa.

Ingredientes para 4 pessoas:

- 8 Folhas de papel de arroz, tamanho médio (22cm);
- 200 gr de Vermicelli de arroz;
- 16 pedacinhos de carne de porco (pode ser barriga, lombo);
- Mistura de ervas (manjericão, menta, coentros e cebolinho). Melhor ainda se usar manjericão tailandês e coentros vietnamitas (rau-ram);
- carambola (star fruit) e banana verde (opcionais, até porque não são fáceis de encontrar - também podem usar pepino mas não fica muito parecido);
- rebentos de soja (opcional);
- 20 camarões.

Começamos por descascar e arranjar os camarões:



Enrolamos os camarões em oitavos de uma folha de papel de arroz. Nós compramos há algum tempo folhas cortadas aos quartos, pelo que é só partir a meio. Alternativamente, podem partir ou cortar folhas inteiras.


De seguida humedecer ligeiramente o papel de arroz. Podem mergulha-lo por uns segundos em água ou então pura e simplesmente passar um pano molhado neles até se tornarem maleáveis.



Enrola-se um camarão inteiro por cada rolo, começando pela parte mais estreita do papel e usando a mais larga para ajudar a fechar o pequeno rolo no final.


Fritamos então os rolos e aqui têm duas opções: uma delas é numa fritadeira, com temperaturas mais altas e com os rolos completamente submergidos em óleo; a outra, a que nós recorremos, é fritar em menos óleo numa frigideira, virando os camarões. 



O resultado final é ligeiramente diferente consoante a fritura: se optarem pela fritadeira o papel irá ficar mais "acastanhado", com menos óleo fica com o aspecto que podem ver de seguida. De uma forma ou outra, o objectivo final é sempre cumprido: dar um toque mais estaladiço.


Prontos os pequenos rolos de camarão, avançamos para os camarões e para a carne que iremos utilizar nos rolos finais. Aqui podem variar um pouco, nós já fizemos com carne de porco (a indicada nas receitas deste prato) e com peru assado no forno. Ambas ficaram bem e sinceramente a diferença no resultado final é mínima.

Porco temperado com "Chinese Five Spice"  e alho, grelhado numa chapa
Camarões já grelhados e cortados em metades
De seguida, tratamos do Vermicelli de arroz. Também podem usar "glass noodles", nós preferimos estes. Ferve-se água (sem sal ou qualquer outro condimento) e junta-se à massa, deixando repousar por cerca de 2 ou 3 minutos. 




Escorre-se então a massa e passa-se por água fria.


Faltam apenas a alface e as ervas aromáticas em abundância:





Agora que temos todos os ingredientes prontos, passamos à parte mais divertida: enrolar os "cuón".
Primeiro têm que molhar a folha de papel de arroz. Mais uma vez podem passar um pano molhado ou então passar por água na torneira segurando pelos lados. Assim que começar a ficar maleável, retiram para a tábua onde vão enrolar. Não molhem demasiado as folhas senão rompem-se com facilidade ao enrolar e depois ficam muito "borrachudas".

Nesta parte, podem incluir fatias finíssimas de carambola ou banana verde. Não tínhamos carambola em casa (existe no Corte Inglês e em algumas superfícies do Continente) e banana verde pura e simplesmente não encontramos até hoje em Portugal. O mais parecido que conseguimos foi banana culinária, que não é a mesma coisa mas não fica mal. Se não tiverem nenhuma das 2, não se preocupem que o resultado final não é muito afectado por isso. Aqui - e em grande parte da culinária vietnamita - a "estrela" é a mistura de ervas.

Para vos ajudar melhor a entender o processo que se segue, nada melhor que um vídeo:


O resultado final é este:




Agora é disfrutar, com o molho agridoce picante cuja receita já postamos há uns dias ou com molho de amendoim, por exemplo.

Bom proveito!