15/10/17

Industar 50mm f/3.5


Uma panqueca prime de 50mm, que pesa 68g e custa cerca de 20 euros? Sim, estamos a falar das lentes soviéticas Industar 50 e Industar 50-2. Ambas têm 50mm de distância focal, abertura máxima de 3.5 e mínima de 16. A mais antiga, a metalizada Industar 50 começou a ser produzida na década de 50, com uma primeira versão colapsável de encaixe M39 para câmeras rangefinder. São no fundo uma cópia da Tessar inventada por Carl Zeiss no princípio do século XX, com 4 elementos ópticos em 3 grupos. No final da década surge já a Industar 50 igual ao exemplar que tenho e mais tarde começam a ser produzidas as Industar 50-2,  de cor preta, com encaixe M42 para câmeras SLR. Estas foram produzidas em grandes quantidades até à queda da União Soviética, motivo pelo qual há tantas à venda no eBay cerca de 20 euros (por vezes até menos). No OLX também se encontram a 25 euros.

Fotografada pela "irmã", no seu menor tamanho (foco no infinito)
Contrariamente a uma boa parte das lentes desta época, é possível utilizar estas lentes nas modernas câmeras de hoje em dia, com a ajuda de um adaptador que custa cerca de 1 euro (no caso das Industar 50 são precisos 2 adaptadores). Há alguns relatos de lentes que não focam no infinito mas pelo que tenho visto o problema prende-se mais com a espessura dos adaptadores do que com lente propriamente dita. As minhas 3 lentes focam sem problemas e de qualquer modo, mesmo que tenham esse problema, resolve-se facilmente com a ajuda de um elástico de borracha.

Fotografa pela "irmã", no seu maior tamanho (foco a 0,65m)
As vantagens de uma lenta como esta são relativamente óbvias: ocupa muito pouco espaço, não pesa nada, é fácil de utilizar e tem uma qualidade de imagem impressionante se tivermos em conta o preço e o tamanho. Um dos pontos fracos é o anel que controla a abertura, muito pouco ergonómico por se encontrar na parte frontal da lente e como tal, fácil de mover acidentalmente. Com uma abertura máxima de 3.5 também acaba por ser um pouco "lenta", pouco adequada para situações com fraca iluminação. Os outros dois "defeitos" que se lhe podem apontar, é o facto de ser propensa a flare e a vinheta notória em full-frame. Estes dois últimos aspectos podem não ser necessariamente mau, principalmente se pretenderem fotos com um ar mais vintage, a condizer com a lente. Contudo, num sensor crop, a vinheta é mínima ou inexistente. Há ainda quem refira o bokeh como outro aspecto negativo mas até hoje não tenho queixa, principalmente se tivermos em conta a abertura máxima 3.5.

As três "irmãs" com a velhinha Industar 50 numa Zenit ET (com filtro laranja)
Para terem uma ideia do que é possível fazer com ela, deixo-vos algumas fotos tiradas em Jaipur e Pushkar, bem como uma do Tito a despertar das suas sestas de hoje:





Sem comentários:

Enviar um comentário